terça-feira, 26 de outubro de 2010

Continuação.


          O chão todo revestido de sangue que já não era tão cheiroso ou apetitoso como antes. Era repugnante a forma de como aquilo  tudo era visto em minha mente, me assustava, me orgulhava, me prendia. A cortina bege que estava fechada logo atrás ao corpo de um velho senhor, que havia sido assassinado ou até mesmo uma tentativa bem certeira de um suicídio.  Para mim, essa era uma das mais fúteis das questões afinal, já não importara mais.  Sua camiseta manchada de sangue, sua calça preta preferida em destroços, o rosto pálido como uma folha de papel, os lábios roxos de tanto sangue perdido. Paul tentou manter-se calmo, pois já estava com Soffie.
-Ele era muito afável. Disse Paul.
-Poderia sido morto de uma forma pior. Ela resmungou.
-Por quê, tamanho ódio? Perguntou Paul espantado. Que sobrepôs a mão em cima da mesa de jantar, também empoeirada e de madeira.
-Ele, te tirou de mim. Respondeu, ela com melancolia.
-Em certo ponto... Ninguém merece morrer dolorosamente.
-Mas é claro que sim, já fiz mortes piores.
- Silêncio que pareceu durar a eternidade. Cessou-se a conversa. Só era possível ouvir o som da respiração de ambos. E agora, adicionalmente gritos de socorro.
-Rafaela? Oh, meu Deus. –Disse Paul.
Nesse momento só pude ouvir o som dos ossos de Rafaela se quebrando.
-Eu disse que faria pior. -,Meu perigo, já não é o suficiente?  Ao observar aqui eu já não pude mais me conter, e eu estava torcendo para o  circo pegar fogo.
-Seu perigo, é viciante demais esse é o problema.
-É meu jogo. –O meu jogo, complementou sua frase.

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