segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Capitúlo IV

Pela manhã, Paul resolveu se refrescar ao banho gelado de banheira. Aposentou suas roupas em uma cadeira, e entrou na água gelada. Relaxou. Lembrou-se também que sua asma já não havia mais atacado ultimamente, e agradecia por aquilo não ocorrer mais.  Levantou, e como não havia toalhas, vestiu-se. Foi ajudar, seu novo pai Senhor. Fuller. Com o trabalho, que usaria sua força. Plantou. Colheu. E plantou novamente. Entrou dentro de casa, e começou limpar tudo o que vira pela frente  dia após dia, foi seguindo sua rotina. Fez o máximo que podia. Até que 18 de fevereiro de 1965, Fuller faleceu. Deixando tudo, o que pudera a Paul. Ele estava solidificado no chão, com a metade se seu braço arrancado por um machado, e um tiro no peito. Uma cena, de extremamente  chocante, que comoveu até mesmo  a mim. Seria suicídio? Não sei, estava ocupada demais observando a tristeza, de Paul. Ao lado da cidade, onde Paul morava não havia tornados, nem furacões. Mas, ao contrario do lado onde Soffie morava, havia até demais. Ele, não se preocupou, como a morte a poderia morrer? Mas para ter certeza, do que se passava em tua mente foi conferir, se Soffie estava viva, ou se havia sobrevivido. Foi, a teu encontro e não a achou desesperado com a tamanha catástrofe que havia acontecido, a destruição do orfanato, onde parte de sua vida viveu. Sentiu, tudo aquilo que sentira quando Willis, e Joseph haviam partido. O aperto imenso no coração. O ar, que lhe faltava. Desmaiou. Voltou. Era demais para se suportar. Sentiu, um ar sereno cruzar o ar frio. Redemoinho de poeira, fumaça de areia. Se escondeu. Tudo passou, ele voltou ao seu estado normal, e continuou sua procura por Soffie.
~Horas se passaram, e por fim, não a encontrou. Se controlou, cessou a respiração, se acalmou ou pelo menos era o que tentara. Foi andando sem rumo, apenas consigo, seu coração partido, e o silêncio.  Eu o observava, embaixo de uma plantação, de coisas que eu não faço ideia do que seja, Soffie se acolhera. Com sua cantoria, de músicas que eu desconhecia, ela continuou, a sorrir. Mesmo estando partida por dentro. E ao seu lado estava Rafaela, a garota que conhecera,  na rua de casa e que também a acompanhara ao seu longo caminho.  Paul, se aproximou das meninas que estavam deitadas no chão, quer dizer na grama, de todo aquele parque da tão, desconhecida cidade. Como se a cidade fosse mudar alguma coisa. Estranhamente, eu senti que havia brilho demais no olhar de Paul, e que não era por Soffie, e sim por Rafaela. Não seria um triangulo amoroso, jamais. Nada daquilo poderia, ou pudera acontecer. E não aconteceu.  Foi só um engano meu, nada mais que isso. Como sou tola, além de não fazer nada, ainda observei errado!  Paul, chega por trás de Soffie a envolvendo com seus longos braços, tão branco quanto a neve, que ainda não chegara naquela época. Suspirou. Aliviou tanta dor, que tomara conta de ti. Reviveu. Observou, Soffie mais uma vez, desviou-lhe os olhos, fingindo olhar para os pés de Soffie, alias belos pés.  Assim, como eles faziam quando estavam completamente juntos, no orfanato. Eles poderiam ficar juntos novamente, mas se um pequeno fato, não ocorre-se naquele exato momento, em que Soffie precisa dizer algumas coisas, a Paul.
-A primeira, é que ela ira partir. -A segunda, será em breve. -E a terceira, é que ela não o ama mais. Seria o suficiente?.
Perdeu-lhe o ar mais uma vez, sobreviveu pela trigésima vez, já não suportara isso. Mas.. Me vem a cabeça, nesse momento como assim, Soffie não o ama mais?. O grande problema é que Soffie, só via os Ás, da história e não via teu lado ruim, não aceitava  de nenhuma forma, o perder. Paul partiu, e o orgulho tomara conta de  Soffie, a qual tão breve partiria, sem deixar rastros das desgraças, que fizera no coração de Paul. Que ao sentir, que a mulher de sua via não o queria mais, encheu os olhos d’água, e só o restou chorar.
-Como dizia você, sem dramas. Soffie, usou toda sua ironia possível, para gastar suas miseras palavras.
-Porquê? Disse Paul.
-Qual será seu problema? Qual será meu problema? De inicio, uma pequena discussão boba.
-Amor. E o seu seria orgulho, não é? Você não aceita o fato, de eu ter que seguir e não poder estar ao teu lado sempre, garanto a você, a vida é melhor sem mim.
-Por favor, cale-se e não diga mais nenhuma palavra a mim.
-Eu te amo, disse Paul.
-Eu disse NENHUMA palavra, não fui clara?
-Não foi uma palavra, foi um sentimento. Disse Paul, usando toda sua paciência possível.
-Eu também, te amo. Disse, Soffie um pouco mais controlada, e calma.
-Por quê disseras, que me ama? Saiu espontaneamente, da boca de Paul.
-Porquê, é verdade.
Um, silencio intenso toma conta dos dois, que ambos nesse momento pensam o quanto são perfeitos, um ao outro.
-Tens, um problema. Falou, Paul quebrando o silêncio.
-Tens, dois problemas. Corrigiu, Soffie.
- Sr. Fuller esta em casa, morto com sem um braço, e com um tiro no coração. E agora, o que serás de mim?
-Terei que partir, já passei dos limites aqui.
Os dois, conversam enquanto esqueciam da existência de Rafaela, que subira um monte, que vira em sua frente, tranqüila como o sol, tão delicada como as nuvens que cobrira todo o céu azul, que não estava assim dias antes de acontecer a tão terrível catástrofe, que tiraram de pobres crianças, o tampouco de tempo que viveram. Voltei, meu olhar a quem eu devia estar observando, sem nem mesmo piscar.  Que nesse momento estavam se abraçando, como tinha de ser. Observei cada detalhe do sorriso deles, o sorriso puxado para o lado de Paul, e o de Soffie que estampava todo sua bela face. Tudo aquilo me assustava, mas de qualquer forma era lindo, de se ver. Senti vontade de até mesmo agarrar a arvore eu estava próxima a mim, sorri de me mim mesma, da minha própria piada, que não tinha a menor graça.

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