terça-feira, 26 de outubro de 2010

Continuação.


          O chão todo revestido de sangue que já não era tão cheiroso ou apetitoso como antes. Era repugnante a forma de como aquilo  tudo era visto em minha mente, me assustava, me orgulhava, me prendia. A cortina bege que estava fechada logo atrás ao corpo de um velho senhor, que havia sido assassinado ou até mesmo uma tentativa bem certeira de um suicídio.  Para mim, essa era uma das mais fúteis das questões afinal, já não importara mais.  Sua camiseta manchada de sangue, sua calça preta preferida em destroços, o rosto pálido como uma folha de papel, os lábios roxos de tanto sangue perdido. Paul tentou manter-se calmo, pois já estava com Soffie.
-Ele era muito afável. Disse Paul.
-Poderia sido morto de uma forma pior. Ela resmungou.
-Por quê, tamanho ódio? Perguntou Paul espantado. Que sobrepôs a mão em cima da mesa de jantar, também empoeirada e de madeira.
-Ele, te tirou de mim. Respondeu, ela com melancolia.
-Em certo ponto... Ninguém merece morrer dolorosamente.
-Mas é claro que sim, já fiz mortes piores.
- Silêncio que pareceu durar a eternidade. Cessou-se a conversa. Só era possível ouvir o som da respiração de ambos. E agora, adicionalmente gritos de socorro.
-Rafaela? Oh, meu Deus. –Disse Paul.
Nesse momento só pude ouvir o som dos ossos de Rafaela se quebrando.
-Eu disse que faria pior. -,Meu perigo, já não é o suficiente?  Ao observar aqui eu já não pude mais me conter, e eu estava torcendo para o  circo pegar fogo.
-Seu perigo, é viciante demais esse é o problema.
-É meu jogo. –O meu jogo, complementou sua frase.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Capitúlo IV

Pela manhã, Paul resolveu se refrescar ao banho gelado de banheira. Aposentou suas roupas em uma cadeira, e entrou na água gelada. Relaxou. Lembrou-se também que sua asma já não havia mais atacado ultimamente, e agradecia por aquilo não ocorrer mais.  Levantou, e como não havia toalhas, vestiu-se. Foi ajudar, seu novo pai Senhor. Fuller. Com o trabalho, que usaria sua força. Plantou. Colheu. E plantou novamente. Entrou dentro de casa, e começou limpar tudo o que vira pela frente  dia após dia, foi seguindo sua rotina. Fez o máximo que podia. Até que 18 de fevereiro de 1965, Fuller faleceu. Deixando tudo, o que pudera a Paul. Ele estava solidificado no chão, com a metade se seu braço arrancado por um machado, e um tiro no peito. Uma cena, de extremamente  chocante, que comoveu até mesmo  a mim. Seria suicídio? Não sei, estava ocupada demais observando a tristeza, de Paul. Ao lado da cidade, onde Paul morava não havia tornados, nem furacões. Mas, ao contrario do lado onde Soffie morava, havia até demais. Ele, não se preocupou, como a morte a poderia morrer? Mas para ter certeza, do que se passava em tua mente foi conferir, se Soffie estava viva, ou se havia sobrevivido. Foi, a teu encontro e não a achou desesperado com a tamanha catástrofe que havia acontecido, a destruição do orfanato, onde parte de sua vida viveu. Sentiu, tudo aquilo que sentira quando Willis, e Joseph haviam partido. O aperto imenso no coração. O ar, que lhe faltava. Desmaiou. Voltou. Era demais para se suportar. Sentiu, um ar sereno cruzar o ar frio. Redemoinho de poeira, fumaça de areia. Se escondeu. Tudo passou, ele voltou ao seu estado normal, e continuou sua procura por Soffie.
~Horas se passaram, e por fim, não a encontrou. Se controlou, cessou a respiração, se acalmou ou pelo menos era o que tentara. Foi andando sem rumo, apenas consigo, seu coração partido, e o silêncio.  Eu o observava, embaixo de uma plantação, de coisas que eu não faço ideia do que seja, Soffie se acolhera. Com sua cantoria, de músicas que eu desconhecia, ela continuou, a sorrir. Mesmo estando partida por dentro. E ao seu lado estava Rafaela, a garota que conhecera,  na rua de casa e que também a acompanhara ao seu longo caminho.  Paul, se aproximou das meninas que estavam deitadas no chão, quer dizer na grama, de todo aquele parque da tão, desconhecida cidade. Como se a cidade fosse mudar alguma coisa. Estranhamente, eu senti que havia brilho demais no olhar de Paul, e que não era por Soffie, e sim por Rafaela. Não seria um triangulo amoroso, jamais. Nada daquilo poderia, ou pudera acontecer. E não aconteceu.  Foi só um engano meu, nada mais que isso. Como sou tola, além de não fazer nada, ainda observei errado!  Paul, chega por trás de Soffie a envolvendo com seus longos braços, tão branco quanto a neve, que ainda não chegara naquela época. Suspirou. Aliviou tanta dor, que tomara conta de ti. Reviveu. Observou, Soffie mais uma vez, desviou-lhe os olhos, fingindo olhar para os pés de Soffie, alias belos pés.  Assim, como eles faziam quando estavam completamente juntos, no orfanato. Eles poderiam ficar juntos novamente, mas se um pequeno fato, não ocorre-se naquele exato momento, em que Soffie precisa dizer algumas coisas, a Paul.
-A primeira, é que ela ira partir. -A segunda, será em breve. -E a terceira, é que ela não o ama mais. Seria o suficiente?.
Perdeu-lhe o ar mais uma vez, sobreviveu pela trigésima vez, já não suportara isso. Mas.. Me vem a cabeça, nesse momento como assim, Soffie não o ama mais?. O grande problema é que Soffie, só via os Ás, da história e não via teu lado ruim, não aceitava  de nenhuma forma, o perder. Paul partiu, e o orgulho tomara conta de  Soffie, a qual tão breve partiria, sem deixar rastros das desgraças, que fizera no coração de Paul. Que ao sentir, que a mulher de sua via não o queria mais, encheu os olhos d’água, e só o restou chorar.
-Como dizia você, sem dramas. Soffie, usou toda sua ironia possível, para gastar suas miseras palavras.
-Porquê? Disse Paul.
-Qual será seu problema? Qual será meu problema? De inicio, uma pequena discussão boba.
-Amor. E o seu seria orgulho, não é? Você não aceita o fato, de eu ter que seguir e não poder estar ao teu lado sempre, garanto a você, a vida é melhor sem mim.
-Por favor, cale-se e não diga mais nenhuma palavra a mim.
-Eu te amo, disse Paul.
-Eu disse NENHUMA palavra, não fui clara?
-Não foi uma palavra, foi um sentimento. Disse Paul, usando toda sua paciência possível.
-Eu também, te amo. Disse, Soffie um pouco mais controlada, e calma.
-Por quê disseras, que me ama? Saiu espontaneamente, da boca de Paul.
-Porquê, é verdade.
Um, silencio intenso toma conta dos dois, que ambos nesse momento pensam o quanto são perfeitos, um ao outro.
-Tens, um problema. Falou, Paul quebrando o silêncio.
-Tens, dois problemas. Corrigiu, Soffie.
- Sr. Fuller esta em casa, morto com sem um braço, e com um tiro no coração. E agora, o que serás de mim?
-Terei que partir, já passei dos limites aqui.
Os dois, conversam enquanto esqueciam da existência de Rafaela, que subira um monte, que vira em sua frente, tranqüila como o sol, tão delicada como as nuvens que cobrira todo o céu azul, que não estava assim dias antes de acontecer a tão terrível catástrofe, que tiraram de pobres crianças, o tampouco de tempo que viveram. Voltei, meu olhar a quem eu devia estar observando, sem nem mesmo piscar.  Que nesse momento estavam se abraçando, como tinha de ser. Observei cada detalhe do sorriso deles, o sorriso puxado para o lado de Paul, e o de Soffie que estampava todo sua bela face. Tudo aquilo me assustava, mas de qualquer forma era lindo, de se ver. Senti vontade de até mesmo agarrar a arvore eu estava próxima a mim, sorri de me mim mesma, da minha própria piada, que não tinha a menor graça.

domingo, 24 de outubro de 2010

Capitúlo III



A manhã chegou, o sol ofuscante nasceu, as esperanças morreram. E a fé, se perdeu. O coração de ambos, partidos ao chão frio, com o corpo junto ao de Soffie, Paul se desencostou de teu corpo, e soltou seus dedos entrelaçados ao dela. Pegou a caneta mais próxima que achou, e como teria que logo partir, resolveu não a acorda-la. Pegou um dos papéis de carta, de Soffie e sua caneta tinteiro, as molhou na tinta e começou a escrever, vou mostrar lhe sucintamente, o que Paul houvera escrito.
‘’...De teus olhos como o céu, tirei minha segurança. Criei expectativas de viver ao teu lado para todo sempre. Me faz delirar, me faz sonhar. Ela tira conclusões de tudo o que eu faço ela me deixa tão bem, ela se refere a você minha pequena criança. Tão doce como o mel, tão bela como o céu, tão calorosa como o inferno. Que traz minha paz no     verão, a cura para todas minhas dores, de valor inexplicável para mim, e de amor inexorável e indescritível. Como chuva, e fogo você me leva a fazer loucuras deixo a ti, minhas palavras, não as mais belas, sim as mais sinceras e meu amor. Meu amor, algo tão importante para mim, tanto quanto o brilho do teu olhar. Viverei, respirarei, e continuarei só por ti. Continuarei a teu encontro, mesmo que seja em sonhos, em alguma lucidez, continuarei respirando, por quê você existe e talvez agora a palavra mais próxima seria, eu te amo..’’          E isso fora, o máximo que eu conseguira observar, me lembrar. Assim, como Paul e Soffie. Eu também estava quebrada ao ver, tudo aquilo acontecer e não poder fazer nada, não mudar o que  o destino havia preparado a eles. Deu lhe, o último beijo a testa e se foi. Quando Soffie, correu a teu encontro já não estava mais lá.
Chegando lá, como eu havia prometido cuidaria de Soffie e de Paul. Ouvi, os passos desesperados, e tremendo de medo de Paul, chegando a casa estranha que agora ele iria viver. Cortina marrom, estofado de madeira velha, Forno a lenha, um rádio, o piso todo forrado de madeira, que parecia nunca ter sido limpo, as  janelas fechadas, e os móveis rústicos coberto por intensas camadas de poeira.
-Bem Vindo, Paul! Preciso, organizar as coisas não tenho muito tempo para esse tipo de coisa mais tentarei ao máximo, lhe confortar.
-Está Ótimo, Sr. Fuller, e mais uma obrigado. Pode deixar, arrumarei um jeito para limpar tudo isso e farei o máximo que puder para ajudar o Senhor. Está bem?
-Obrigado, meu filho. Venha vou te mostrar seu novo quarto.
Paul, seguiu o velho Fuller, ao encontro de seu novo aposento, Paul trazia consigo a mala que usara sete anos atrás, quando entrara no seu novo quarto, no orfanato. Do qual lhe trazia a nostalgia de sua doce Soffie. Cama de madeira, tudo com a mesma aparência das salas, a casa deve ser assim, ou é assim por completa. Não deve haver contradições, entre esse tipo de coisa, afinal é uma casa antiga.
-Perfeito! Disse Paul, com a voz num tom elevado de gratidão.
-Descanse, e arrume suas coisas. Dizia, o Sr.Fuller retirando-se do novo aposento de Paul.
Passou os dedos, sobre a cômoda que estava coberta de poeira, assim como qualquer outro móvel da casa. Observou tudo,o que havia ali. Devolveu aquele quarto, luz. Abrindo, a janela. E fazendo isso com o resto da casa. Voltou pra seu quarto, deitou-se na cama e nada ali o faria parar de pensar na sua amada Soffie. Se contorceu, gritou, chorou e nada a trazia de volta, estavam to perto, mais há milhas de distancia eles se perderam, seu coração estava lá e o coração dela aqui. Três dias se passaram, e para Paul estava sendo difícil, mais a cada dia ele superava a sua grande perda.
                 No orfanato as coisas não iam muito bem, Soffie havia entrado em depressão profunda e não saia mais do quarto, não comia. Resolveram, então entrar em contato com Paul, para fazer pelo menos mais uma vez o reencontrarem, Soffie ainda com a carta que seu amor deixara, dizendo coisas lindas e apaixonantes. E ainda com o beijo, marcado em sua mente dos lábios gentis de Paul, em sua testa. E da noite, mais apaixonante que eles tiveram, em toda a vida. Correram um ao encontro do outro, com um enorme abraço, e um beijo significante para ambos. Parecia ser ardente, parecia queimar todo o mal que separava os dois, parecia congelar o tempo, mover tudo.
-Você se foi, eu preciso de você. Ela dizia, com as lágrimas rolando sobre sua face.
-Cada, palavra desesperada que eu escrevi naquele bilhete saiu do meu coração, eu não consegui me controlar, eu te amo demais  e isso importa, minha menina. Paul dizia, com a mais bela voz que ele pudera ter.
-Diga, para mim que me ama. Grite para o mundo inteiro.
-Eu te amo, ele disse murmurando.  
-Por que, falou baixo?
-Por quê você é meu mundo inteiro.
Nesse momento, tudo se cessou e havia paz em todo aquele lugar, onde eles dois estavam parados. Havia amor. Palavras de extrema significância para Soffie, Paul deixara para ela. Um amor, uma carta, um coração partido, uma alma. Soffie, a morte  Um ser, pelo qual em hipótese alguma o pequeno Paul, não poderia se apaixonar, a tão perigosa morte, estava ao lado dele, o amando como se fosse seu ultimo dia, em que pudera reencarnar no corpo de uma menina órfã, depois de tudo aquilo, só uma coisa Soffie, poderia entregar a ao pobre Paul, um sorriso ofuscante, do qual Paul jamais se esquecera, de nenhum deles, nenhum mesmo. Eu os observei.
                     Os dois eram a teoria perfeita do (YNG-YANG), ela era a morte e ele a vida, ela era o mal e ele o bem, o céu e o mar. Se completavam, como nunca nada se completou, era indescritível ver tamanho afeto que crescera ao longo daqueles anos, aqueles longos e calorosos  anos. Pensei comigo mesma se poderia haver algo como aquilo, que de fato era digno de se observar, tanto quanto o pôr do sol. Eles, só tinham um motivo: Um saber, quem o outro era. E alma dele, pertencia a ela e vice-versa.
Ele partira. Mais uma vez, a deixando quebrada, e sem esperanças.
-Sem dramas, ele disse a ela. Não suportarei, vê-la assim. Voltarei, prometo.
-Não voltará. Uma voz, feminina se intrometeu no meio da conversa, quer dizer no inicio de uma conversa entre o casal, de coração partido.
-Por quê? Soffie, derramara lágrimas ao chão enquanto dissera, tudo isso.
-É proibido o contato, abrimos uma única exceção não ira se repetir. Não Insista!. Ela disse com um tom de firmeza, ou tentando impor respeito.
-(Risada Sarcástica) Está me dizendo, que não poderei mais vê-la?
-É isso, que entendestes.
Soffie, já não se controlara mais. Eu observei toda aquela cena, que muitíssimas vezes me deu vontade de rir, quando se devia chorar. Paul, encarou a vida de forma sarcástica, e isso me encantava demais. Nada pude fazer. Segui meu caminho, observei flores, tomei chuva, mesmo não  podendo sentir a firmeza da água em minha pele, eu me molhei, quer dizer, tentei.  Voltei meu olhar, aos três, quer dizer quatro.  Que estavam parados, discutindo.
-Anda, Paul! Anda, não olhe para trás não fale, com ela. Eu sei, será difícil, acostume-se nada posso fazer para ajudar a ti.
Com as mãos no bolso de sua calça de algodão, de cabeça baixa, seguiu. Partido, ao meio, seguiu.  Ainda me recordo da cena em que, Soffie joga ao chão,  que bate levemente seu crânio, fecha seus olhos lentamente e fingi que por um momento nunca ter existido.  E eu para conforta-la disse algumas palavras.
-Não chore, minha pequena. Você o terá novamente, pois seu sonho só começou. Senti o corpo dela transmitir uma energia estranha, seu corpo estremecer, se arrepiar, e milhões de sensações dentro de sua mente como um baralho. Seu coração parou por um segundo, e depois começou aceleradamente palpitar. Ela morreu, sua própria morte e viveu novamente. Aproveitando cada segundo de sua lucidez, ao inexistente, ao infinito. E salva na cama, ela estava. Ela  amanheceu.

Capitúlo II


               Horas, se passaram e eu de longe ainda observara, Paul chorando, não estava só, e sim ao lado de Soffie. Mas por quê, depois de tanta discussão os dois ainda estavam juntos, seria o amor? A amizade? Ou simplesmente o ódio. Mas e qualquer forma, foi algo que os uniu como areia e mar, e qualquer outra coisa que simbolize, o medíocre sentimento chamado AMOR. Uma, visita inesperada apareceu, Sr. Fuller um homem velho, e rabugento apareceu para adotar uma criança, quer dizer um adolescente como dizia ele, teria que ter no mínimo quatorze anos. A moça da recepção logo, se referiu ao não tão pequeno, Paul. E eu continuei o observando. Que logo, foi chamado para conversar com o Sr. Que parecia ser extremamente, chato.
-PAUL! Venha, aqui. Preciso de ti.
-Sim, Senhora. O que queres dizer  a mim?
-Quero, lhe apresentar o Sr. Fuller.
-Olá, sou Paul Ledger. (Deu sua mão, ao Sr. Fuller. Para cumprimenta-lo)
-Olá, estou pensando em te adotar. Moro, ao lado de sua antiga casa. (Ele dizia retribuindo o cumprimento, ou o aperto de mão, que Paul por educação lhe ofereceu)
-Como, sabe onde eu moro? Paul dizia indignado como agora, todos sabiam sobre sua vida. Sobre seu passado, E o que acontecerá em tua vida. 
- Fui um grande amigo de seu pai, fui amigo da família desde que você era pequeno,  talvez não se lembre de mim, passaram-se muitos anos.
-Interessante. Não me lembro mesmo de você. E por quê se interessou, em me adotar nessa altura?
-Preciso, de um herdeiro. Estou, quase para morrer, e sei que você não tem nada. Não tenho filhos, nem mulheres sou um homem só.
-Com, uma condição.
-Quaisquer, que for sua condição eu aceitarei.
-Soffie, vai comigo.
-Impossível, não há possibilidades disso ocorrer.
Paul, não pode se conter e começou a chorar.
-Então, está bem.
Paul, chegou correndo e desesperado pelo o que eu o observara sua expressão estava triste, e cansada de tantas lágrimas que já rolara pela tua face. Perdeu o ar. Caiu ao chão, voltou a vida novamente, ele não queria que isso acontecesse de novo não queria voltar a vida mais uma vez, sofrimento demais. Dor demais. A morte, seria tua melhor opção. Tentou suicídio, falhou. Quer dizer, Soffie o impediu de cometer o tamanho erro.
Soffie, correu a teu encontro e o confortou com  um abraço. E mais uma vez, deitaram em suas camas, juntas. Com os dedos entrelaçados ao dela. Um beijo, e um boa noite durma bem, como de todas as outras noites, de verão, de inverno, outono ou primavera que se passara. Pela, manhã resolveram ir para a arvore de amoras  a qual eles passavam a maior parte do tempo.  Trouxeram, a eles a doce nostalgia. E trouxeram também o destino, que os separariam pela primeira vez em sete anos. Paul se separaria de tua doce menina, de teu grande amor. A dona de teus pensamentos, a quem o fazia flutuar, a quem Paul devia tua vida. Soffie, a menina dos cabelos pretos, e curtos de um rosto angelical, branca como a neve de lábios volumosos, e praticamente vermelhos. Pura, e praticamente perfeita aos olhos de Paul, que se considerava mais um loiro, branco, e de olhos azuis, sem a maior graça. Sua beleza, tão comum na época em que vivera. Ambos, com o coração partido. E o pior de tudo, não podiam se comunicar, pois no orfanato era proibido ter qualquer tipo de contato externo.  O que de fato, piorou cada vez mais a vida de Paul e Soffie.  A última noite, a mais calorosa de todas, a mais triste, e com certeza,a pior de todas. A partida, o amor, o calor, a tristeza. E por fim, a solidão.

Capitúlo I


                  O fogo ardente, de um tiro saindo ferozmente do gatilho de um pobre homem inconformado acerta inesperadamente como um tiro certeiro no coração de, Paul um menino doce e gentil de extrema inteligência. E Paul ouvira os últimos gritos desesperados da Sra. Ledger, a mãe de Paul, Willis, Joseph. Seus irmãos, já partiram para o infinito. E era vez de Paul. Um passo, uma respiração, uma dor. Sra. Ledger, já estava quebrada, estava só e pediu para partir, antes que mais um tiro saísse daquela arma do homem, já inconformado pela sua tamanha injustiça. Paul, se recupera de forma inesperada, da dor que tomara conta de teu corpo naquele momento, que era só mais uma conseqüência. Sra. Ledger, implorou a tudo que fosse possível, fez promessas inexistentes, mas só, uma funcionou. A Morte. Foi ela quem trouxe a Paul, a vida novamente. E como, compensação a Sra. Ledger teve que dar tua vida, pela de teu amado filho. As únicas coisas que restara a Paul, era a vida, o destino, e bondade de Deus ou nem tão má assim a, Morte. Paul, era novo mas já sabia ler, por seus pais de tamanha atenção, ensinara seus filhos a ler e a escrever desde pequenos. Era, setembro de 1950 fazia cinco anos que a guerra se fora. Paul, era descendente de alemães, mas por incrível que pareça vivia na Inglaterra. Paul, era loiro, olhos azuis como o céu, de olhar sensível e gentil era perceptível sua pureza, para um garoto de apenas sete anos. Sozinho no mundo, foi enviado para o orfanato mais próximo de sua casa. Paul, fora encontrado só dentro de sua antiga casa, que fora invadida por seus vizinhos três dias depois do desaparecimento de seus pais, quer dizer a morte de todos de sua família, tão pobre família. Mesmo assim, Paul não se deixou levar pela tristeza e a solidão da ausência das pessoas mais importantes de tua vida. Apanhou seus poucos pertences, que ainda  houvera em teu pequeno quarto, que um dia fora compartilhado com Willis e Joseph, ás pessoas da qual Paul tinha grande admiração. Um passo, dois, três, quatro foram o suficiente para Paul chegar a porta de teu novo lar. O pior deles. Ou o melhor talvez, eu não sei. Subiu, as longas escadas que ficavam em volta ao pequeno orfanato, onde vivia apenas 30 crianças, na maioria delas da mesma idade do pequeno Paul. 
                 Ouviu, uma doce voz o chamar para dentro do quarto. Lá não havia regras entre separar meninos e meninas, era tudo junto afinal nada poderia acontecer entre as pequenas crianças.
 –Olá, sou Soffie Underwood. 
 –Olá, sou Paul Ledger, dizia Paul com uma voz incrivelmente encantadora e desajeitada.
 –Tens, que idade Paul? Ela dizia, enquanto observara cada feição do Paul, que também a observara sem parar, disfarçando com um olhar para o chão. Um rápido olhar.
 -Sete, e você?
 -Sete, também.
 E assim, seguiram uma longa conversa. Uma conversa tão impressionante, que não parecia ter sido narrada por crianças de sete anos.  Foram, descendo juntos depois de Paul depositar suas malas, em cima de sua nova cama, não muito confortável, mas era digna de se suportar. Sentia, que ao lado de Soffie, ele estava completo, e não havia medo que ele poderia se superar, ou vencer. Mas de qualquer forma, com Soffie, ou sem ela Paul teria que viver. Mais  ou menos 01:45am, Soffie acordou assustada dizendo ter tido um pesadelo e como a cama dos dois, eram praticamente juntas, Soffie, pediu para Paul dar sua mão a ela para, ela tentar se recuperar do seu terrível, ou inexistente pesadelo.
 Paul, praticamente desajeitado entregou sua mão a Soffie, entrelaçou seus dedos, e assim amanheceram. Foram passeando, pelo corredor e encontraram o zelador, o qual no seu pequeno radinho ouvia músicas da época.  Correndo, de mãos dadas, foram passeando, aquele fora o melhor ano da vida deles. Mas Soffie, tinha segredos, escondidos, e muito bem guardados. Mas..Paul com tua divina inteligência, descobriu que Soffie, não poderia os manter secretos por tanto tempo. E assim, aos seus 14anosde idade seus problemas passam a aparecer, e Paul passa a ter asma.As pessoas do orfanato, compraram o que ele precisava para sobreviver, e tentaram o ajudar o máximo possível manter Paul vivo. Soffie, contara a ele sem ao menos saber de tua vida, contara sobre a morte de sua mãe, de seu pai, e de seus irmãos, contara também sobre a promessa que sua mãe fizera a Morte, se ela trouxera Paul a vida, era impossível Soffie saber de tudo aquilo, pois Paul guardara tudo isso dentro de si e não expôs a ninguém o que ele sentira a respeito de toda aquela seqüência de fatos, e dores causadas pela morte, e pelo o homem inconformado de tamanha injustiça que cometera, partindo corações, quebrando pessoas, desmanchando vidas. Sem motivos reais. 
 A lágrima desceu sobre a face de Paul, ao ouvir as palavras claras, até demais de Soffie que dizia tudo aquilo com ódio no olhar. Sentiu teu sangue na garganta,e tamanho aperto no coração, que o fez mais uma vez perder o ar, eu disse perder o ar, isso mesmo. Caiu ao chão. E mais uma vez, sobreviveu. Continuou tua discussão com Soffie.
–Como soubera de tudo isso? Quem lhe contastes sobre isso? Paul dizia, desesperado sobre tudo o que ela havia falado, não crendo no que acontecera. Era algo que ninguém podia saber. Não era para ninguém.
 –Não foi ninguém.
–Como descobriu?
 –Eu sei como, não sou tão burra assim.
–Impossível.
 –Pois é, eu tenho algo a ter contar.
–Conte-me então, por quê tudo isso já se passou dos limites, não acha?
–Sabe, quem foi que lhe salvou da morte? Sabe quem foi que tirou tua mãe da dor, e a mandou para quem cuidara dela?
–Não.
–Fui, eu.
 – (Risada Sarcástica) Então,Você, está querendo me dizer que é você, quem foi que me salvou da morte, e que tirou minha mãe, da sua dor? Palmas, para você. Como consegue ser tão mentirosa, Underwood? Como consegue? Eu fico impressionado com você. Para, de crer em contos de fadas, mas que coisa. Eu preferia ter morrido. Esqueça-me.