domingo, 24 de outubro de 2010

Capitúlo III



A manhã chegou, o sol ofuscante nasceu, as esperanças morreram. E a fé, se perdeu. O coração de ambos, partidos ao chão frio, com o corpo junto ao de Soffie, Paul se desencostou de teu corpo, e soltou seus dedos entrelaçados ao dela. Pegou a caneta mais próxima que achou, e como teria que logo partir, resolveu não a acorda-la. Pegou um dos papéis de carta, de Soffie e sua caneta tinteiro, as molhou na tinta e começou a escrever, vou mostrar lhe sucintamente, o que Paul houvera escrito.
‘’...De teus olhos como o céu, tirei minha segurança. Criei expectativas de viver ao teu lado para todo sempre. Me faz delirar, me faz sonhar. Ela tira conclusões de tudo o que eu faço ela me deixa tão bem, ela se refere a você minha pequena criança. Tão doce como o mel, tão bela como o céu, tão calorosa como o inferno. Que traz minha paz no     verão, a cura para todas minhas dores, de valor inexplicável para mim, e de amor inexorável e indescritível. Como chuva, e fogo você me leva a fazer loucuras deixo a ti, minhas palavras, não as mais belas, sim as mais sinceras e meu amor. Meu amor, algo tão importante para mim, tanto quanto o brilho do teu olhar. Viverei, respirarei, e continuarei só por ti. Continuarei a teu encontro, mesmo que seja em sonhos, em alguma lucidez, continuarei respirando, por quê você existe e talvez agora a palavra mais próxima seria, eu te amo..’’          E isso fora, o máximo que eu conseguira observar, me lembrar. Assim, como Paul e Soffie. Eu também estava quebrada ao ver, tudo aquilo acontecer e não poder fazer nada, não mudar o que  o destino havia preparado a eles. Deu lhe, o último beijo a testa e se foi. Quando Soffie, correu a teu encontro já não estava mais lá.
Chegando lá, como eu havia prometido cuidaria de Soffie e de Paul. Ouvi, os passos desesperados, e tremendo de medo de Paul, chegando a casa estranha que agora ele iria viver. Cortina marrom, estofado de madeira velha, Forno a lenha, um rádio, o piso todo forrado de madeira, que parecia nunca ter sido limpo, as  janelas fechadas, e os móveis rústicos coberto por intensas camadas de poeira.
-Bem Vindo, Paul! Preciso, organizar as coisas não tenho muito tempo para esse tipo de coisa mais tentarei ao máximo, lhe confortar.
-Está Ótimo, Sr. Fuller, e mais uma obrigado. Pode deixar, arrumarei um jeito para limpar tudo isso e farei o máximo que puder para ajudar o Senhor. Está bem?
-Obrigado, meu filho. Venha vou te mostrar seu novo quarto.
Paul, seguiu o velho Fuller, ao encontro de seu novo aposento, Paul trazia consigo a mala que usara sete anos atrás, quando entrara no seu novo quarto, no orfanato. Do qual lhe trazia a nostalgia de sua doce Soffie. Cama de madeira, tudo com a mesma aparência das salas, a casa deve ser assim, ou é assim por completa. Não deve haver contradições, entre esse tipo de coisa, afinal é uma casa antiga.
-Perfeito! Disse Paul, com a voz num tom elevado de gratidão.
-Descanse, e arrume suas coisas. Dizia, o Sr.Fuller retirando-se do novo aposento de Paul.
Passou os dedos, sobre a cômoda que estava coberta de poeira, assim como qualquer outro móvel da casa. Observou tudo,o que havia ali. Devolveu aquele quarto, luz. Abrindo, a janela. E fazendo isso com o resto da casa. Voltou pra seu quarto, deitou-se na cama e nada ali o faria parar de pensar na sua amada Soffie. Se contorceu, gritou, chorou e nada a trazia de volta, estavam to perto, mais há milhas de distancia eles se perderam, seu coração estava lá e o coração dela aqui. Três dias se passaram, e para Paul estava sendo difícil, mais a cada dia ele superava a sua grande perda.
                 No orfanato as coisas não iam muito bem, Soffie havia entrado em depressão profunda e não saia mais do quarto, não comia. Resolveram, então entrar em contato com Paul, para fazer pelo menos mais uma vez o reencontrarem, Soffie ainda com a carta que seu amor deixara, dizendo coisas lindas e apaixonantes. E ainda com o beijo, marcado em sua mente dos lábios gentis de Paul, em sua testa. E da noite, mais apaixonante que eles tiveram, em toda a vida. Correram um ao encontro do outro, com um enorme abraço, e um beijo significante para ambos. Parecia ser ardente, parecia queimar todo o mal que separava os dois, parecia congelar o tempo, mover tudo.
-Você se foi, eu preciso de você. Ela dizia, com as lágrimas rolando sobre sua face.
-Cada, palavra desesperada que eu escrevi naquele bilhete saiu do meu coração, eu não consegui me controlar, eu te amo demais  e isso importa, minha menina. Paul dizia, com a mais bela voz que ele pudera ter.
-Diga, para mim que me ama. Grite para o mundo inteiro.
-Eu te amo, ele disse murmurando.  
-Por que, falou baixo?
-Por quê você é meu mundo inteiro.
Nesse momento, tudo se cessou e havia paz em todo aquele lugar, onde eles dois estavam parados. Havia amor. Palavras de extrema significância para Soffie, Paul deixara para ela. Um amor, uma carta, um coração partido, uma alma. Soffie, a morte  Um ser, pelo qual em hipótese alguma o pequeno Paul, não poderia se apaixonar, a tão perigosa morte, estava ao lado dele, o amando como se fosse seu ultimo dia, em que pudera reencarnar no corpo de uma menina órfã, depois de tudo aquilo, só uma coisa Soffie, poderia entregar a ao pobre Paul, um sorriso ofuscante, do qual Paul jamais se esquecera, de nenhum deles, nenhum mesmo. Eu os observei.
                     Os dois eram a teoria perfeita do (YNG-YANG), ela era a morte e ele a vida, ela era o mal e ele o bem, o céu e o mar. Se completavam, como nunca nada se completou, era indescritível ver tamanho afeto que crescera ao longo daqueles anos, aqueles longos e calorosos  anos. Pensei comigo mesma se poderia haver algo como aquilo, que de fato era digno de se observar, tanto quanto o pôr do sol. Eles, só tinham um motivo: Um saber, quem o outro era. E alma dele, pertencia a ela e vice-versa.
Ele partira. Mais uma vez, a deixando quebrada, e sem esperanças.
-Sem dramas, ele disse a ela. Não suportarei, vê-la assim. Voltarei, prometo.
-Não voltará. Uma voz, feminina se intrometeu no meio da conversa, quer dizer no inicio de uma conversa entre o casal, de coração partido.
-Por quê? Soffie, derramara lágrimas ao chão enquanto dissera, tudo isso.
-É proibido o contato, abrimos uma única exceção não ira se repetir. Não Insista!. Ela disse com um tom de firmeza, ou tentando impor respeito.
-(Risada Sarcástica) Está me dizendo, que não poderei mais vê-la?
-É isso, que entendestes.
Soffie, já não se controlara mais. Eu observei toda aquela cena, que muitíssimas vezes me deu vontade de rir, quando se devia chorar. Paul, encarou a vida de forma sarcástica, e isso me encantava demais. Nada pude fazer. Segui meu caminho, observei flores, tomei chuva, mesmo não  podendo sentir a firmeza da água em minha pele, eu me molhei, quer dizer, tentei.  Voltei meu olhar, aos três, quer dizer quatro.  Que estavam parados, discutindo.
-Anda, Paul! Anda, não olhe para trás não fale, com ela. Eu sei, será difícil, acostume-se nada posso fazer para ajudar a ti.
Com as mãos no bolso de sua calça de algodão, de cabeça baixa, seguiu. Partido, ao meio, seguiu.  Ainda me recordo da cena em que, Soffie joga ao chão,  que bate levemente seu crânio, fecha seus olhos lentamente e fingi que por um momento nunca ter existido.  E eu para conforta-la disse algumas palavras.
-Não chore, minha pequena. Você o terá novamente, pois seu sonho só começou. Senti o corpo dela transmitir uma energia estranha, seu corpo estremecer, se arrepiar, e milhões de sensações dentro de sua mente como um baralho. Seu coração parou por um segundo, e depois começou aceleradamente palpitar. Ela morreu, sua própria morte e viveu novamente. Aproveitando cada segundo de sua lucidez, ao inexistente, ao infinito. E salva na cama, ela estava. Ela  amanheceu.

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